sábado, 5 de março de 2011

Gestão de riscos em projetos


No desenvolvimento de todo projeto, existem três fontes geradoras de riscos que são frequentemente esquecidas e que podem contribuir para o seu fracasso. Tratam-se das premissas, das estimativas e das restrições.

Inicialmente, temos as premissas, que são as verdades assumidas em um projeto. Quando as partes interessadas compartilham as mesmas premissas, a compreensão fica facilitada. No entanto, a tendência daqueles que as formulam é considerá-las auto-evidentes.

Uma premissa pode ser tão óbvia para a pessoa que tenta comunicar o projeto que clarificar e compartilhar as premissas em todo projeto certamente contribui para o seu bom desenvolvimento. E importante observar que uma premissa, como verdade assumida, está fora do controle do time do projeto e possui certo grau de incerteza.

Portanto, toda premissa está associada ao risco de não ocorrer e deve ser considerada no gerenciamento de riscos do projeto. Normalmente, ela está associada a um risco negativo.

Enquanto a premissa é uma verdade assumida e concebida fora do time do projeto, existe uma segunda fonte geradora de riscos, formulada pela equipe do projeto: as estimativas.

Mesmo em áreas diretamente relacionadas com a expertise profissional de cada um, a maioria acredita ter mais conhecimento e habilidades preditivas do que realmente possui.

Desta forma, as avaliações tendem a ser otimistas e a causar incertezas associadas, principalmente, a prazos e custos. Ou seja, existem sempre riscos associados às estimativas do projeto.

A terceira fonte geradora de riscos em um projeto são as restrições, normalmente relacionadas a escopo, tempo, custo e qualidade. É interessante observar que as restrições podem ser negociadas, desde que se faça um bom e fundamentado trabalho com as estimativas.

E muito comum que o gerente do projeto sofra pressões relacionadas a custos e prazos. Essas pressões só podem ser negociadas a partir da apresentação de estimativas bem formuladas, que demonstrem a inviabilidade de muitas das restrições que a alta gerência queira impor. Para as que são aceitas, o relaxamento de algumas delas pode transformá-las em riscos positivos para o projeto, que precisam ser considerados no gerenciamento de riscos.

Um erro muito comum é assumir que a validade das premissas, estimativas e restrições permanece constante ao longo do ciclo de vida do projeto. Muito pelo contrário, elas possuem um caráter dinâmico, de acordo com mudanças no projeto, no ambiente e na organização. É, portanto, mandatório que sejam monitoradas e acompanhadas rotineiramente.

Texto de Paul Dinsmore e Luiz Rocha

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