sexta-feira, 4 de março de 2011

Práticas para atingir a excelência


Eu tenho jogado tênis por quase cinco décadas. Eu amo o jogo e acertar a bola certa, mas eu estou longe de ser o jogador que eu gostaria de ser.

Eu tenho pensado sobre isso muito nas últimas semanas, porque eu tenho tido a oportunidade de pela primeira vez em muitos anos, jogar tênis quase todos os dias.

Meu jogo tem ficado progressivamente mais forte. Eu tenho tido alguns momentos incríveis nos quais eu jogo como o jogador que eu sempre quis ser.

Até recentemente, eu nunca acreditei que isso fosse possível. Por muito tempo da minha vida adulta, eu aceitei o incrivelmente durável mito de que algumas pessoas são nascidas com talentos especiais, e que o potencial para ser excelente no que se busca é em grande parte determinado por nossa herança genética.

Nós achamos que é possível construir qualquer nível de capacidade em uma mesma maneira sistemática como fazemos com um músculo: supere a zona de conforto, e então descanse. Aristóteles Will Durant*, comentando em Aristóteles, lembra o que o filósofo entendeu há exatos 2000 anos atrás: “Nós somos o que fazemos repetidamente”.

Como qualquer um que estuda performance, eu sou indébito do extraordinário Anders Ericsson, indiscutivelmente o maior pesquisador sobre alta performance. Por mais de duas décadas, Ericsson tem estudado o caso de que o talento genético não é o que determina o quão bom nós nos tornamos em algo, mas sim o quanto estamos dispostos a trabalhar duro – algo que ele chama de prática deliberada. Numerosos pesquisadores agora acreditam que 10.000 horas de prática como sendo o mínimo necessário para atingir expertise em qualquer domínio complexo.

Há algo incrívelmente poderoso nisso. Isso sugere que temos a capacidade de influenciar nossos próprios resultados. Mas isso também é amedrontador. Um dos achados centrais de Ericsson é que a prática não é apenas o ingrediente mais importante em conseguir excelência, mas também o mais difícil e menos intrinsecamente divertido.

Se você quiser ser realmente bom em algo, isso vai envolver incansáveis empurrões para fora da sua zona de conforto, junto com frustração, lutas, fracassos e danos.

Isso é verdade enquanto você quiser continuar a se melhorar, ou apenas manter seu alto nível de excelência. A recompensa é que ser realmente bom em algo, ganho através do seu próprio trabalho duro pode ser imensamente satisfatório.

Aqui vão então as 6 chaves para se conseguir atingir a excelência que eu encontrei que são os mais efetivos para nossos clientes:

1. Busque o que você ama. Paixão é um motivador incrível. Ele alimenta o foco, resiliência e perseverança.

2. Faça o mais duro primeiro. Nós todos nos movemos instintivamente para o prazer e pra longe da dor. A maioria dos grandes performers, Ericsson e outros, atrasam a gratificação e praticam o trabalho duro nas manhãs, antes de fazer qualquer outra coisa. Este é o momento para a maioria de nós quando temos mais energia e menos distrações.

3. Pratique intensivamente, sem interrupção por períodos curtos e não mais que 90 minutos e então dê um tempo. Noventa minutos parece ser o tempo que conseguimos dar o máximo de foco em determinada atividade. A evidência é igualmente forte para não se praticar mais de 4 horas e meia por dia.

4. Procure feedback de experts em doses intermitentes. O mais simples e mais preciso feedback, você estará melhor equipado para fazer ajustes. Muito feedback entretanto, pode criar uma saturação cognitiva, aumentar a ansiedade e interferir no aprendizado.

5. Dê um tempo, regularmente. Relaxar depois de um esforço intenso não apenas provê oportunidade para rejuvenescer, mas também para metabolizar e incorporar aprendizados. É também durante o descanso que o lado direito do cérebro fica mais dominante, o que pode gerar insights importantes.

6. Ritualize a prática. Vontade e disciplina é raro. Como o pesquisador Roy Baumeister descobriu que ninguém de nós tem muito disso. A melhor forma de se assegurar que você irá realizar tarefas difíceis é ritualizá-las – construa momentos específicos, invioláveis nos quais você pratica, para então durante o tempo você não ter mais que dispender energia pensando nisso.

Eu tenho praticado tenis deliberadamente por muitos anos, mas nunca o tanto de horas requeridas para chegar verdadeiramente a um nível alto de excelência. O que muito é que eu não me frusto tanto agora por nunca ter chegado. Eu sei exatamente o que se precisa para chegar a este nível.

Eu tive muitas outras prioridades maiores para dar ao tênis essa atenção. Mas eu acho incrivelmente excitante saber que eu ainda sou capaz de ficar muito bem no tênis – ou no que eu quiser – e você também.

Aqui vão alguns dos livros recentes sobre este assunto:
• Talent is Overrated por Geoffrey Colvin. Meu favorito.
• The Talent Code por Daniel Coyle
• Outliers por Malcolm Gladwell
• The Genius in All of Us por David Schenk.
• Bounce por Mathew Syed

Tony Schwartz é presidente e CEO do The Energy Project.
Retirado do site: JORNAL DO EMPREENDEDOR

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