segunda-feira, 1 de junho de 2009

Síndrome de Procusto


Há um personagem da Mitologia Grega, chamado Procusto. Diz a lenda que, ele habitava numa floresta e era um ser muito cruel. Mandou fazer uma cama que tinha exatamente as medidas do seu próprio corpo. Ele capturava pessoas na estrada, e levava para casa, amarrava-as em sua cama. Se a pessoa fosse maior que aquela cama, ele simplesmente cortava fora o que sobrava. Caso fosse menor, ele a espichava e esticava até ela caber naquela medida. Mais tarde ele foi morto pelo herói Teseu, aquele mesmo que matou o Minotauro.
Naquele texto, o autor decifra a simbologia do mito: “Procusto representa a intolerância diante do outro, do diferente, do desconhecido. Representa a visão totalitária daquele sujeito que quer moldar todos os demais seres humanos à sua própria imagem e semelhança. É a recusa da multiplicidade, da diversidade, da criatividade e da originalidade.” Procusto pensava: “Quem não se conforma ao meu tamanho não pode andar solto por aí, a menos que vá jogando fora tudo que eu não tenho até caber na minha medida, ou a menos que se espiche e se estique até ter o mesmo que eu e ser igual a mim.”
Vejo que, em nossos dias tem muita gente sofrendo da Síndrome de Procusto. Querem condenar os que pensam, agem, vivem e têm costumes diferentes. Acham que o verdadeiro modo de viver é o que se conforma às suas concepções. Isso acontece muitas vezes na própria casa, na Igreja, na escola, no trabalho, na vida, no mundo... Jesus nos ensina como vencermos esse mal, e sobre as conseqüências de praticá-lo: “Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados... Pois à medida que usarem (para medir os outros) também será usada para medir vocês”. Ainda disse: “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho', se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão” (Lucas 6.37, 38b, 41-42). Quando os mestres da lei e fariseus, que sofriam desse mal, quiseram “medir” a Jesus, e já tendo em seus corações medido (julgado e condenado) uma mulher apanhada em adultério, acabaram por ouvir do Senhor: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela” (João 8.7b).
Quero terminar com as sábias palavras de Jesus, as quais considero o remédio eficaz para a cura dessa Síndrome: “Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles” (Lucas 6.31).

(Baseado no texto do Pr. Cleber M. Moreira – Igreja Batista-RJ)

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