terça-feira, 21 de julho de 2009

Lição do Carvão


O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa. Zeca, de oito anos de idade, acompanha-o desconfiado. Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:

- Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito isso comigo. Desejo tudo de ruim para ele. Quero matar esse cara!

Seu pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho que continua a reclamar:

- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.

O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompa-nhou, calado.

Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:

- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amigo Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endere-çado a ele. Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.

O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo. Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai, que espiava tudo de longe, aproxima-se do menino e lhe pergunta:

- Filho como está se sentindo agora?

- Estou cansado, mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.

O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe fala:

- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa. O filho acompa-nha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Só se conseguia enxergar seus dentes e os olhi-nhos.

O pai, então, lhe diz ternamente :

- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você. O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que pos-samos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resí-duos, a fuligem fica sempre em nós mesmos.

Moral da história:
• Cuidado com seus pensamentos; eles se transformam em palavras.
• Cuidado com suas palavras; elas se transformam em ações.
• Cuidados com suas ações; elas se transformam em hábitos.
• Cuidado com seus hábitos; eles moldam o seu caráter.
• Cuidado com seu caráter; ele controla o seu destino.

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